O Teatro do Oprimido é um conjunto de exercícios, jogos e técnicas criado pelo teatrólogo Augusto Boal (1931-2009). Os jogos teatrais permitem, para aqueles que não são atores, vivenciarem práticas teatrais e, para todos que participam, desmecanizar o corpo cotidiano, promovendo, consequentemente, atos criativos e expressivos capazes de transformar o que os oprime. Os jogos estão divididos em cinco categorias: sentir tudo que se toca, escutar tudo que se ouve, ativando os vários sentidos, sentir tudo que se olha e a memória dos sentidos. Boal fez essa divisão por acreditar que perdemos a totalidade dos sentidos com ações corriqueiras, levando o nosso corpo à atrofia. Ele entendia que dividi-los é uma tentativa de senti-los em sua plenitude.
Desmecanizando o corpo cotidiano – com Silvia Paes
SILVIA PAES
Atriz e Mestre em Artes formada pela UnB. Licenciada em Educação Artística com Habilitação em Artes Cênicas, pós-graduada em Direção Teatral pela Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, no qual lecionou de 2005 a 2018, assumiu a Direção Acadêmica (2016 a 2018) e coordenou Cursos de Extensão (2007-2008). Foi consultora do Ministério da Educação em 2013 e presta serviço de consultoria na SSP-DF em Teatro do Oprimido desde 2014. Foi analista de projetos culturais da Lei Rouanet no MinC de 2016 a 2019. É Multiplicadora da Técnica de Teatro do Oprimido de Augusto Boal desde 2006. É tutora e professora da Licenciatura em Teatro da UAB/UnB desde 2010. Integra o corpo docente da SEE-DF desde 2019 e entre 1999 a 2002 e 2011 a 2015.
Instagram: @silviapaes_df
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Percursos criativos e processos de montagem com colagem – com Wolney Fernandes
A proposta da atividade é pensar e construir percursos criativos em busca de interações e coleta de materiais para a elaboração de uma colagem. Os participantes da oficina serão motivados a realizar procedimentos de deriva em torno do lugar que estiverem como estratégia poética capaz de apontar um processo criativo em torno da montagem que é uma etapa importante da construção de uma colagem. Uma aventura de mixagem, de abrir-se para as trocas simbólicas da interatividade com o entorno e de como tecer relações entre partes distintas.
WOLNEY FERNANDES
Artista Visual e professor do curso de Direção de Arte da EMAC/UFG. Seu interesse reside no fortalecimento de práticas de criação com enfoque nos processos autobiográficos e na mediação de experiências com desenho e colagem.
Instagram: @wolneyfernandes
A arte de pensar com as plantas – com Brígida Campbell
A oficina busca através de uma abordagem experimental nos conectar com o mundo vegetal. As plantas aqui são entendidas como agentes e testemunhas da decolonialidade – são professoras e companheiros na des-aprendizagem do colonialismo e através do contato, estudo e escuta com elas poderemos imaginar e experimentar outras formas de sensibilidade.
BRÍGIDA CAMPBELL
É artista e professora do curso de Artes Visuais da EBA-UFMG. Há mais de dez anos ela pesquisa as relações entre arte e cidade, trabalho coletivo e arte socialmente engajada. Seu trabalho envolve aulas, curadorias, palestras, publicações, workshops e exposições. Transita por diversas linguagens artísticas, como a pintura, o desenho, a instalação, o vídeo, as intervenções urbanas e as artes gráficas. Em seus trabalhos artísticos explora as sutilezas poéticas do cotidiano criando imagens e/ou situações que estimulam o imaginário e a criação. Doutora em Artes Visuais pela ECA-USP e mestre pela EBA-UFMG. É colaboradora do EXA – Espaço Experimental de Arte, em Belo Horizonte. Fez parte do Poro, dupla com qual realizou trabalhos coletivos no campo da esfera pública entre 2002-2016. Como artista, já participou de diversas exposições no Brasil e no exterior. Foi curadora do projeto “Muros – Territórios Compartilhados”, organizadora da SEMANÁRIA – Semana de Arte Gráficas – evento anual da EBA UFMG. Autora do livro “Arte para uma cidade sensível”, resultado da “Bolsa de Estímulo à Produção em Artes Visuais da Funarte”, “Pequeno Guia Afetivo da Comida de Rua de Salvador”, “Exercício para a Liberdade” e “Intervalo Respiro Pequenos Deslocamentos – ações poética do Poro” – premiado no Prêmio Publicações de Arte Contemporânea em em Língua Estrangeira” – da Fundação Bienal de São Paulo e Ministério da Cultura. Sua tese de doutorado ganhou Menção Honrosa no Concurso Teses Destaques da USP – 2020, na área de Linguística, Letras e Artes.
Instagram: @brigidacampbell
Website: https://brigidacampbell.art.br
Práticas autobiogeográficas, axétetura, retomada das imagens entre outras coisas – com Hariel Revignet
Breve apresentação de portifolio com a ativação de alguns conceitos principais como autobiogeografia, continuidade histórica, retomada da imagem, decolonialidade e contra-colonialidade e outros atravessamentos possíveis. Apresentação de algumas leituras que possam ativar trocas criativas que inspirem a vivência com a prática de poesias-visuais e pinturas-instalações.
HARIEL REVIGNET
Possuo pesquisas artísticas autobiogeográficas que se manifestam por intersecções, entre o social, o ancestral e o espiritual. Proponho construir imagens, ativar memórias possíveis, demarcar no inconsciente coletivo territórios originários, esfarelar fronteiras, contrapor hierarquias coloniais e queimar ervas. As dimensões onirícas e astrais, se sobrepõem em colagens com os seres elementais deste território, buscando ativar contra-colonialidades táteis, atravessando diásporas, onde a Kalunga encontra os Igarapés, para assentar um possível lugar afro-diaspórico-indígena. Formada em Arquitetura e Urbanismo, conceituo este lugar como Axétetura, onde busco referências das cosmopercepções e cosmologias africanas, afro-diaspóricas e indígenas para a apreensão dos espaços e sua construção material e imaterial.
Instagram: @harielrevignet
Habitar outros desenhos, desenhar outros lugares – com Glayson Arcanjo
As ruínas e rastros de experiências, espaços e lugares vistos, vividos e imaginados são pontos de partida deste módulo, que é atravessado pelo desenho como modo de habitar. A oficina contará com apresentação de referências e imagens, abertura para conversas e escutas coletivas e momentos para desenhar. Como exercício exploratório, cada participante será incentivado a imaginar em que medida o desenho habita em sua prática artística.
GLAYSON ARCANJO
Artista visual com pesquisa sobre práticas artísticas com ênfase nos processos de criação e procedimentos em desenho, ações, deslocamentos e intervenções na paisagem, além de assuntos relacionados a tempo, memória, vestígio e ruína. Professor na Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás e coordenador da Galeria da FAV. Possui doutorado em artes, com tese intitulada “Em Demolição: notas sobre desenho, processo e lugar”. Integrante do NEDEC – Núcleo de estudos e ensino em desenho contemporâneo (UFMG, UEMG, UFG) e ÂMBAR – Grupo de pesquisa em práticas artísticas (UFG). Tem participações em encontros e residências artísticas, exposições individuais e mostras coletivas, como “Rastro/Ruína”, individual no MUnA, em Uberlândia; “Desenho/Ruína”, individual no MAPA, em Anápolis; “Dias fora de tudo”, coletiva no Centro Cultural UFMG, em Belo Horizonte e “Com os pés plantados nas nuvens” coletiva no CCUFG, em Goiânia.
Instagram: @glayson_arcanjo
Site: www.glaysonarcanjo.com