Desmecanizando o corpo cotidiano – com Silvia Paes

O Teatro do Oprimido é um conjunto de exercícios, jogos e técnicas criado pelo teatrólogo Augusto Boal (1931-2009). Os jogos teatrais permitem, para aqueles que não são atores, vivenciarem práticas teatrais e, para todos que participam, desmecanizar o corpo cotidiano, promovendo, consequentemente, atos criativos e expressivos capazes de transformar o que os oprime. Os jogos estão divididos em cinco categorias: sentir tudo que se toca, escutar tudo que se ouve, ativando os vários sentidos, sentir tudo que se olha e a memória dos sentidos. Boal fez essa divisão por acreditar que perdemos a totalidade dos sentidos com ações corriqueiras, levando o nosso corpo à atrofia. Ele entendia que dividi-los é uma tentativa de senti-los em sua plenitude.

27/08 (sábado – síncrono) das 9h às 12h30 e das 14h às 18h30
28/08 (domingo – assíncrono) horário livre

SILVIA PAES
Atriz e Mestre em Artes formada pela UnB. Licenciada em Educação Artística com Habilitação em Artes Cênicas, pós-graduada em Direção Teatral pela Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, no qual lecionou de 2005 a 2018, assumiu a Direção Acadêmica (2016 a 2018) e coordenou Cursos de Extensão (2007-2008). Foi consultora do Ministério da Educação em 2013 e presta serviço de consultoria na SSP-DF em Teatro do Oprimido desde 2014. Foi analista de projetos culturais da Lei Rouanet no MinC de 2016 a 2019. É Multiplicadora da Técnica de Teatro do Oprimido de Augusto Boal desde 2006. É tutora e professora da Licenciatura em Teatro da UAB/UnB desde 2010. Integra o corpo docente da SEE-DF desde 2019 e entre 1999 a 2002 e 2011 a 2015.
Instagram: @silviapaes_df
Facebook: https://www.facebook.com/silvia.paes.714

Percursos criativos e processos de montagem com colagem – com Wolney Fernandes

A proposta da atividade é pensar e construir percursos criativos em busca de interações e coleta de materiais para a elaboração de uma colagem. Os participantes da oficina serão motivados a realizar procedimentos de deriva em torno do lugar que estiverem como estratégia poética capaz de apontar um processo criativo em torno da montagem que é uma etapa importante da construção de uma colagem. Uma aventura de mixagem, de abrir-se para as trocas simbólicas da interatividade com o entorno e de como tecer relações entre partes distintas.

3/9 (sábado – síncrono) das 9h às 12h30 e das 14h às 18h30
4/9 (domingo – assíncrono) – horário livre

WOLNEY FERNANDES
Artista Visual e professor do curso de Direção de Arte da EMAC/UFG. Seu interesse reside no fortalecimento de práticas de criação com enfoque nos processos autobiográficos e na mediação de experiências com desenho e colagem.
Instagram: @wolneyfernandes

A arte de pensar com as plantas – com Brígida Campbell

A oficina busca através de uma abordagem experimental nos conectar com o mundo vegetal. As plantas aqui são entendidas como agentes e testemunhas da decolonialidade – são professoras e companheiros na des-aprendizagem do colonialismo e através do contato, estudo e escuta com elas poderemos imaginar e experimentar outras formas de sensibilidade.

10/9 (sábado – síncrono) das 9h às 12h30 e das 14h às 18h30
11/9 (domingo – assíncrono) – horário livre

BRÍGIDA CAMPBELL
É artista e professora do curso de Artes Visuais da EBA-UFMG. Há mais de dez anos ela pesquisa as relações entre arte e cidade, trabalho coletivo e arte socialmente engajada. Seu trabalho envolve aulas, curadorias, palestras, publicações, workshops e exposições. Transita por diversas linguagens artísticas, como a pintura, o desenho, a instalação, o vídeo, as intervenções urbanas e as artes gráficas. Em seus trabalhos artísticos explora as sutilezas poéticas do cotidiano criando imagens e/ou situações que estimulam o imaginário e a criação. Doutora em Artes Visuais pela ECA-USP e mestre pela EBA-UFMG. É colaboradora do EXA – Espaço Experimental de Arte, em Belo Horizonte. Fez parte do Poro, dupla com qual realizou trabalhos coletivos no campo da esfera pública entre 2002-2016. Como artista, já participou de diversas exposições no Brasil e no exterior. Foi curadora do projeto “Muros – Territórios Compartilhados”, organizadora da SEMANÁRIA – Semana de Arte Gráficas – evento anual da EBA UFMG. Autora do livro “Arte para uma cidade sensível”, resultado da “Bolsa de Estímulo à Produção em Artes Visuais da Funarte”, “Pequeno Guia Afetivo da Comida de Rua de Salvador”, “Exercício para a Liberdade” e “Intervalo Respiro Pequenos Deslocamentos – ações poética do Poro” – premiado no Prêmio Publicações de Arte Contemporânea em em Língua Estrangeira” – da Fundação Bienal de São Paulo e Ministério da Cultura. Sua tese de doutorado ganhou Menção Honrosa no Concurso Teses Destaques da USP – 2020, na área de Linguística, Letras e Artes.
Instagram: @brigidacampbell
Website: https://brigidacampbell.art.br

Práticas autobiogeográficas, axétetura, retomada das imagens entre outras coisas – com Hariel Revignet

Breve apresentação de portifolio com a ativação de alguns conceitos principais como autobiogeografia, continuidade histórica, retomada da imagem, decolonialidade e contra-colonialidade e outros atravessamentos possíveis. Apresentação de algumas leituras que possam ativar trocas criativas que inspirem a vivência com a prática de poesias-visuais e pinturas-instalações.

17/9 (sábado – síncrono) das 9h às 12h30 e das 14h às 18h30
18/9 (domingo – assíncrono) – horário livre

HARIEL REVIGNET
Possuo pesquisas artísticas autobiogeográficas que se manifestam por intersecções, entre o social, o ancestral e o espiritual. Proponho construir imagens, ativar memórias possíveis, demarcar no inconsciente coletivo territórios originários, esfarelar fronteiras, contrapor hierarquias coloniais e queimar ervas. As dimensões onirícas e astrais, se sobrepõem em colagens com os seres elementais deste território, buscando ativar contra-colonialidades táteis, atravessando diásporas, onde a Kalunga encontra os Igarapés, para assentar um possível lugar afro-diaspórico-indígena. Formada em Arquitetura e Urbanismo, conceituo este lugar como Axétetura, onde busco referências das cosmopercepções e cosmologias africanas, afro-diaspóricas e indígenas para a apreensão dos espaços e sua construção material e imaterial.
Instagram: @harielrevignet

Habitar outros desenhos, desenhar outros lugares – com Glayson Arcanjo

As ruínas e rastros de experiências, espaços e lugares vistos, vividos e imaginados são pontos de partida deste módulo, que é atravessado pelo desenho como modo de habitar. A oficina contará com apresentação de referências e imagens, abertura para conversas e escutas coletivas e momentos para desenhar. Como exercício exploratório, cada participante será incentivado a imaginar em que medida o desenho habita em sua prática artística.

24/9 (sábado – síncrono) das 9h às 12h30 e das 14h às 18h30
25/9 (domingo – assíncrono) – horário livre

GLAYSON ARCANJO

Artista visual com pesquisa sobre práticas artísticas com ênfase nos processos de criação e procedimentos em desenho, ações, deslocamentos e intervenções na paisagem, além de assuntos relacionados a tempo, memória, vestígio e ruína. Professor na Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás e coordenador da Galeria da FAV. Possui doutorado em artes, com tese intitulada “Em Demolição: notas sobre desenho, processo e lugar”. Integrante do NEDEC – Núcleo de estudos e ensino em desenho contemporâneo (UFMG, UEMG, UFG) e ÂMBAR – Grupo de pesquisa em práticas artísticas (UFG). Tem participações em encontros e residências artísticas, exposições individuais e mostras coletivas, como “Rastro/Ruína”, individual no MUnA, em Uberlândia; “Desenho/Ruína”, individual no MAPA, em Anápolis;  “Dias fora de tudo”, coletiva no Centro Cultural UFMG, em Belo Horizonte e “Com os pés plantados nas nuvens” coletiva no CCUFG, em Goiânia.
Instagram: @glayson_arcanjo
Site: www.glaysonarcanjo.com

Cartografia das Urgências: arte, territorialidades e política – com Elisa Dassoler e Gabriela Leirias

Partindo do projeto de investigação “Cartografia das Urgências” das ministrantes Elisa Dassoler e Gabriela Leirias, este módulo tem como objetivo apresentar alguns trabalhos de artistas e coletivos de arte que tornam evidentes as urgências do mundo contemporâneo e problematizam nossa relação com o que entendemos como natureza. São projetos que apresentam as chamadas questões ambientais que podem ser pensadas numa abordagem sistêmica, ecosófica e decolonial. Pois, envolvem os usos e relações com as águas, o extrativismo exacerbado, os modos de cultivo e produção de alimentos, as formas de exploração da terra, dos corpos, das ancestralidades e territorialidades, e podem de algum modo questionar e denunciar práticas de violência e ecocídio no Sul Global.
Como proposta de exercício prático, será apresentada a cartografia como linguagem e ferramenta poética e política em sua potência de tornar visíveis narrativas contra-hegemônicas, bem como, dispositivo de pesquisa coletiva e/ou individual para mapeamento de referências, temáticas e futuros possíveis.

01/10 (sábado – síncrono) das 9h às 12h30 e das 14h às 18h30
02/10 (domingo – assíncrono) horário livre

ELISA DASSOLER
Doutora e mestra em Artes Visuais pela Universidade do Estado de Santa Catarina. Realizou doutorado sanduíche na University of the Arts London, no Reino Unido. Graduada em Geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina. Possui formação complementar em Documentários pela Escuela Internacional de Cine y TV, em Cuba. Tem experiência como docente no Ensino Superior, Médio, Cursinho Pré-vestibular Comunitário e Educação de Jovens e Adultos. Dirigiu videoclipes, teasers e curtas-metragens. Seu primeiro longa-metragem, o documentário Ken Saro-Wiwa, presente!, foi exibido em diversos festivais e mostras de cinema no Brasil e no exterior. Atualmente reside em Itajaí/SC e trabalha como editora e videomaker na produtora Fenda Filmes e Coletivo NOMA.
Instagram: @elisadassoler @kensarowiwa_presente
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GABRIELA LEIRIAS
Desenvolve projetos em arte contemporânea nos campos da pesquisa, curadoria e educação. Mestre em Artes pela ECA/USP, especialista em História da Arte Moderna e Contemporânea pela EMBAP/PR e graduada em Geografia pela FFLCH/USP. Trabalha com metodologias colaborativas e transdisciplinares e desenvolve laboratórios nas intersecções entre práticas artísticas e pedagógicas. Atua em diferentes contextos como Fundação Bienal, Sesc São Paulo e Fundação Ema Klabin. Realizou os projetos:  Aqui passa um rio; Jardinagem: territorialidade, temporalidade, ato político; Jardinalidades: jardinagem como prática artística e criação de territorialidades; Corpo político, corpo sensível – o fluxo das mulheres no espaço público e o direito à cidade. Curadora das exposições “Experimento Paisagem” no Sesc Sorocaba e “Jardinalidades: poéticas sobre natureza, corpo e cidade” no Sesc Parque Dom Pedro II.
Instagram: @gabrielaleirias @jardinalidades